ESPETÁCULO

TERÇA 26.MAI
à
QUARTA 27.MAI

Cia. de Dança Deborah Colker - Mix

Mix, espetáculo que promove a fusão de Vulcão e Velox, as duas primeiras criações da COMPANHIA DE DANÇA DEBORAH COLKER.

Teatro Castro Mendes - Campinas/SP
TERÇA, 19:00




De um olhar europeu sobre a dança contemporânea brasileira, nasceu Mix, espetáculo que promove a fusão de Vulcão e Velox, as duas primeiras criações da COMPANHIA DE DANÇA DEBORAH COLKER. Em meio ao processo de curadoria da 6a edição da Bienal da Dança de Lyon, dedicada ao Brasil, o francês Guy Darmet, diretor do evento, foi conferir os dois balés, encantou-se com ambos, e propôs à Deborah Colker que preparasse, especialmente para o festival, uma espécie de medley deles.





Mixados com maestria pela coreógrafa carioca e sua afiada trupe de bailarinos, os sentimentos em estado bruto e de ebulição de Paixão, a ironia e a elegância de Desfile, as reflexões em torno da física do movimento, esboçadas em Máquinas e desenvolvidas em Mecânica e Sonar, a babel de gestos e movimentos instaurada em Cotidiano, e o eletrizante balé verticalizado de Alpinismo culminaram em um terceiro espetáculo, que se tornaria um dos clássicos da companhia e alavancaria sua projeção no cenário internacional.





Com a estreia mundial consagradora de Mix no Thêatre National Populaire de Lyon em 16 de setembro de 1996, a CIA DEBORAH COLKER inaugurou um calendário internacional que, em quatro anos, havia cruzado três continentes, percorrendo 12 cidades de oito países, entre Europa, América do Sul, América do Norte e Ásia. Em 2001, cinco anos depois de subir à cena pela primeira vez em Lyon, Mix, que vinha de uma temporada londrina de grande repercussão no Barbican Theatre no ano anterior, tinha sua excelência reconhecida de forma definitiva, brindando sua criadora com uma honraria jamais concedida a um artista brasileiro: o prêmio Laurence Olivier, um dos mais prestigiosos das Artes Cênicas no continente europeu, na categoria "Outstanding Achievement in Dance" (realização mais notável em dança).





Mix, quadro a quadro.

Máquinas (espetáculo de origem: VULCÃO) – O corpo humano, a mais bem arquitetada das criações da Natureza, explora seus limites físicos. Precisão e sincronia são as palavras de ordem. Um casal nu emoldura a cena, em ampliações assépticas e totêmicas. O som é techno, industrial, e se mistura a ruídos e microdistorções. A luz sugere a penetração de raios solares pelo telhado de vidro de uma grande fábrica dos anos 30, recriando a atmosfera de clássicos do cinema como Metrópolis e Tempos Modernos.





Desfile (espetáculo de origem: VULCÃO) – Uma intrigante coleção de gestos e movimentos. Em ritmo de samba, maxixe, marcha-rancho, bossa-nova, maracatu ou baião, bailarinos e bailarinas disputam, entre flashes e cotoveladas, a primazia na passarela. Ao fundo, três cadeiras hiperdimensionadas brincam com a ideia da (des)proporção e colocam por terra a noção da medida exata.





Paixão (espetáculo de origem: VULCÃO) – O sublime e o patético de um corpo em pleno transe amoroso. Aquele momento único em que todos os limites são abolidos. Frequência cardíaca fora de controle. Temperatura alta e impulsividade absoluta no ar, podendo ocorrer deslocamentos violentos, com eventuais instantes de ternura. Ao som de uma colagem frenética de megahits românticos, uma ciranda de 23 pas-de-deux golpeia a cena. Em filigranas de movimentos, programadas em computador, a tarde cai, lenta e inapelavelmente sobre o palco.





Mecânica (espetáculo de origem: VELOX) – Peso, equilíbrio, oposição, geometria. Traduzidas em linguagem coreográfica, as forças centrífuga e centrípeta, princípios básicos do movimento, se materializam no espaço cênico. Seis pás giratórias de 3m de diâmetro, posicionadas na vertical, remetem à passagem do tempo e às engrenagens da mecânica do movimento.





Cotidiano (espetáculo de origem: VELOX) – Um turbilhão de gestos e movimentos, repentinos e repeti- tivos, se interpõe na cena. Ordinários, corriqueiros, cotidianos, carregados de intenção mas recortados de seus contextos, eles evocam o drama, a tragédia, a comédia, o lúdico, o patético, numa babel de diálogos mudos que parece dar vida e movimento a um quadro expressionista. As pás ainda giram, nervosas. Estridente e turbulento, o som mistura ruídos de rua, chiados de rádio, sirenes, diálogos desconexos.





Sonar (espetáculo de origem: VELOX) – A lenta desaceleração dos gigantescos ventiladores-moinhos dá o tom do singelo e breve quarteto que se segue: uma espécie de rito de passagem entre Cotidiano e Alpinismo. Têm início aqui as primeiras investigações em torno de um novo eixo. Enquanto as bailarinas se mantêm em estado de lenta flutuação, movimentos ágeis, viris e, por vezes, bruscos sublinham a alternância do elenco masculino entre suspensão e queda. Um som marinho e contínuo trespassa a cena.





Alpinismo (espetáculo de origem: VELOX) – A busca do equilíbrio absoluto, obsessão de todo bailarino, é levada ao paroxismo no quadro final de Mix. O passé relevé, a pirueta arabesque com relevé, o fouetté dão lugar aqui a um impressionante balé aéreo que deixa a plateia com a respiração suspensa. O chão verticaliza-se e, num desafio à lei da gravidade, os bailarinos da companhia dançam com irretocável desenvoltura numa parede cenográfica de 6,60m de altura por 8,40m de largura.





Criação, Coreografia e Direção: DEBORAH COLKER



Direção Executiva: JOÃO ELIAS

Direção Musical: SÉRGIO MEKLER . CHICO NEVES (Máquinas, Desfile, Paixão) BERNA CEPPAS . ALEXANDRE KASSIN . SÉRGIO MEKLER . LEANDRO LEAL (Mecânica, Cotidiano, Sonar, Alpinismo) Cenografia: GRINGO CARDIA

Figurinos: YAMÊ REIS Iluminação: MANECO QUINDERÉ (Máquinas, Desfile, Paixão) JORGINHO DE CARVALHO (Mecânica, Cotidiano, Sonar, Alpinismo)





Estreia: 16 de setembro de 1996, Thêatre National Populaire, Lyon, França



Duração: 63 minutos



Produção: BR Produtora.





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